Hoje, em sala de
aula, me perguntaram por que irei para o ato público previsto para a próxima
quinta-feira, dia 20, o que me levou a responder
com outra indagação: existe algum bom motivo para não participar? Afinal, para
a maioria de nós, é evidente que a sociedade brasileira está atravessada pela
negação diária dos nossos direitos mais básicos. Não à toa, mesmo com a
importância evidente da crítica à precariedade do transporte público em quase
todos os atos (Pelo seu caráter estratégico: ter transporte de qualidade é
criar condições materiais para democratizar outros aspectos da cidade), há uma
diversidade de “pautas” nas manifestações que têm tomado as ruas de inúmeras
cidades brasileiras nos últimos dias: crítica à prioridade da Copa, à
privatização da saúde, ao descaso com a educação, à corrupção sistêmica, aos
limites da democracia representativa, dentre outras razões que tornariam a
simples listagem gigantesca. Portanto, motivação há de sobra, pois não são
problemas “naturais” ou sentidos porque “o ser humano é existencialmente
insatisfeito”, mas são frutos do deliberado descompromisso com o interesse
público e com as necessidades da maioria da população por parte das elites
políticas e da minoria social privilegiada que lucra com o abismo social do
país.
Por isso mesmo, as manifestações merecem todo o apoio possível. Não porque sejam feitas pelos primeiros a “acordar”, uma vez que lutas sociais vem sendo travadas há muito por baixo da imagem de Brasil “pacato”: por exemplo, os comitês populares têm lutado bravamente no dia a dia para impedir que milhares de famílias tenham sua moradia destruída simplesmente por estarem no caminho de alguma obra da Copa ou inúmeros trabalhadores rurais continuam sendo assassinados na sua velha luta por um pedacinho de terra no campo. Aliás, para não ir longe, somente neste ano de 2013 quantos bairros periféricos de Feira retiveram ônibus para reivindicar melhorias no transporte? Ou queimaram pneus e fecharam estradas para exigir direitos? Assim, as atuais manifestações merecem todo apoio não apenas pelas suas pautas explícitas, mas também porque expressam algo mais profundo: ao mesmo tempo expressam um incomodo há muito sentido com o estado de coisas e divulgam, amplamente, a insatisfação que a maioria da população expressa em outras oportunidades sem encontrar a mesma visibilidade.
Por isso mesmo, as manifestações merecem todo o apoio possível. Não porque sejam feitas pelos primeiros a “acordar”, uma vez que lutas sociais vem sendo travadas há muito por baixo da imagem de Brasil “pacato”: por exemplo, os comitês populares têm lutado bravamente no dia a dia para impedir que milhares de famílias tenham sua moradia destruída simplesmente por estarem no caminho de alguma obra da Copa ou inúmeros trabalhadores rurais continuam sendo assassinados na sua velha luta por um pedacinho de terra no campo. Aliás, para não ir longe, somente neste ano de 2013 quantos bairros periféricos de Feira retiveram ônibus para reivindicar melhorias no transporte? Ou queimaram pneus e fecharam estradas para exigir direitos? Assim, as atuais manifestações merecem todo apoio não apenas pelas suas pautas explícitas, mas também porque expressam algo mais profundo: ao mesmo tempo expressam um incomodo há muito sentido com o estado de coisas e divulgam, amplamente, a insatisfação que a maioria da população expressa em outras oportunidades sem encontrar a mesma visibilidade.
Nesse sentido, ao contrário do que quer boa parte
dos comentaristas da mídia, a motivação para tomar as ruas não é apenas “dos
jovens” ou “dos estudantes”. Ela é nossa, da maioria da população que sente na
pele as contradições da sociedade brasileira. Nesse caso, entre outras coisas,
elas são um símbolo que precisa ser fortalecido por todos aqueles e aquelas
identificados com essa maioria. Um símbolo aterrorizador para os “de cima” se,
de fato, expressar a retomada das mobilizações populares amplas que haviam
saído de cena desde a década de 1980. Sem dúvida, ainda não se trata de uma
revolução, pelo menos não no sentido de uma mudança duradoura em favor da
maioria, mas traz muito de gesto revolucionário: em uma sociedade fragmentada
pelo individualismo, já é um feito afirmar que a vida é coletiva, que é
possível lutar junto apesar das diferenças e que é importante se solidarizar
com as lutas travadas em outros lugares. E esse caminho abre um mundo de
possibilidades!
Jhonatas
Jhonatas
Estaremos todos juntos no dia 20. Demonstrando que há uma força maior que nos une e nos faz querer pelejar pelo bem comum de todos os brasileiros. Temos consciência e queremos um país mais digno, pelo menos igualitário.
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